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Reparação de Veículos no Brasil confirma sua entrada no movimento Right To Repair

Em reunião recente o Sindirepa Brasil confirmou o início de suas ações em direção do movimento Right To Repair (Direito de conserto), cujo objetivo é tornar o consumidor (donos dos carros) proprietários das informações de seus veículos.

Cronologia

Décadas de 70 e 80

As montadoras de veículos que operam no mercado brasileiro antes da Lei 6729/1979 conhecida como Lei Ferrari e mesmo após a sua publicação quando vivíamos uma era analógica “low tech” dos veículos e da comunicação, as informações dos veículos como catálogo de serviços, peças e mesmo tempo padrão eram disponibilizados ao Sindirepa na forma de papel, que por sua vez chegavam as oficinas independentes.

Década de 90

Com a chegada da injeção eletrônica nos veículos e mais as mídias digitais como CD-ROM as informações começaram a ficar mais restritas, dificultando as operações das oficinas independentes, mas rapidamente sanadas pelos fornecedores de equipamentos de diagnósticos.

Ano 2000 até hoje

O que vimos foi a aceleração da tecnologia dos veículos impostas pelas legislações ambientais de segurança e superaceleração das tecnologias de comunicação, que resultou na transformação das mídias físicas para as mídias de transmissão a distância como antenas, chegando a nuvem como conhecemos hoje, o que fechou a informação das montadoras junto a sua rede de concessionários, deixando as oficinas independentes de fora deste espectro. Os fornecedores de equipamentos de diagnósticos também sofreram, exceção feita aquelas homologadas das próprias montadoras, mas que viram seus negócios se restringirem a uma rede que perdeu robustez ao longo dos anos.

Cenário brasileiro

O que passa no Brasil é uma verdadeira paranoia que vem prejudicar fortemente os consumidores, visto que a maioria das montadoras de veículos potencializaram seu interesse na comercialização de autopeças ao mercado via sua rede de concessionárias, tornando uma parte delas atacados, onde oficinas de lojas de varejo de autopeças são os grandes compradores, mas na contra mão disponibilizam de uma forma sorrateira informações primárias de peças e serviços em sites que só dificultam o acesso e diminuem abruptamente a produtividade destas micro e pequenas empresas.

O mercado é claro, havendo competição o consumidor sai ganhando, mas no Brasil esta competitividade não existe, mas tão somente uma lei que protege os concessionários (6729/1979), que mesmo após sua alteração pela lei 8.132/1990 onde em seu artigo 28 permite a contratação de oficinas autorizadas, as convenções de marca das concessionárias se fecham e o assunto não evolui. Oras, para quem quer vender peças e tem uma lei que permite a relação com oficinas independentes mais direta e não age, configura uma reserva de mercado entre montadoras e concessionárias sem precedentes no mundo automobilístico. E não é mais possível se falar em qualidade e capacitação das oficinas independentes pois o Brasil é um dos poucos se não for o único país do mundo que construiu um alicerce seguro aos consumidores que vai desde normas técnicas de serviços automotivos ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), passando por capacitação de profissionais de última geração no SENAI, chegando a certificação da qualidade em conformidade com o INMETRO expedido pelo IQA – Instituto da Qualidade Automotiva, cuja gestão é realizada pela associação de montadoras, indústria de autopeças e reparação de veículos.

Europa e Estados Unidos já estão a passos largos, enquanto a América Latina patina como se estivesse na era colonial, mas o mercado se encontra em constante transformação e recentemente foi fortalecido pela LGPD – Lei Geral de Proteção de Dados, onde todas as informações dos veículos devam ser de propriedade do dono do carro e ele tem então a livre escolha para realizar a manutenção onde bem entender, deixando o mercado competir livremente.

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